6 lições sobre assédio que sua filha pode ensinar para a sua mãe
Universa
08/03/2018 05h00
Ainda existem muitas mulheres que não entendem a diferença entre assédio e paquera (Getty Images)
As mulheres do século 20 conquistaram liberdade sexual, divórcio e leis contra maridos violentos. Já as jovens do século 21 querem andar nas ruas sem serem molestadas. Embora uma coisa não invalide a outra –pelo contrário– ainda existem muitas mulheres que não entendem a diferença entre assédio e paquera. Para elas, um pequeno manual inspirado nas nossas filhas:
1 – Cantadas indesejadas são, sim, assédio. Fiu fiu na rua e suas variantes –ao contrário do que muitas mulheres acreditavam– não levantam a auto-estima e agridem o sagrado direito de um ser humano transitar sem ouvir o que não quer.
2 – "Você vem sempre aqui?" é uma cantada burra. "Você está sozinha, vou fazer companhia" é assédio. Mulheres têm o direito de estarem sozinhas em um bar ou em uma balada ou –mais incrível ainda– têm o direito de escolher sua companhia.
3 – Andar de shortinho não é um convite para ser tocada ou intimidada. Se isso fosse verdade, homens e mulheres deveriam andar de burca.
4 – Mulheres definitivamente não são culpadas quando seus ex-namorados divulgam suas fotos íntimas na internet. Assim como não são culpadas por apanhar ou sofrer outros tipos de violência.
5 – Mulheres têm o direito de se sentirem seguras quando pulam o Carnaval, usam o transporte público, andam sozinhas à noite.
6 – O fim do assédio –que é indesejado, sempre– não é o fim da paquera. Uma coisa, inclusive, independe da outra. E o mundo não vai ficar mais chato com o fim do assédio. Vai apenas ficar mais seguro.
Sobre a autora
Brenda Fucuta é jornalista, escritora e consultora de conteúdo. Autora do livro “Hipnotizados: o que os nossos filhos fazem na internet e o que a internet faz com eles”, escreve sobre novas famílias, envelhecimento, identidade de gênero e direitos humanos. Além de entrevistar pessoas incríveis.
Sobre o blog
Reflexões de uma jornalista otimista sobre nossa vida em comum